Desapego e machucadinhos no dedo

Estava limpando meu armário e me deparo com duas velas de aniversário de 15 anos, daquelas de debutante. Ambos de amigas que passaram pela minha vida e hoje não estão mais presentes (nesse caso, sem problema nenhum, pois a vida é feita de ciclos), mas que tive a honra de ser suas madrinhas em seus aniversários.

O fato é que se passou tanto tempo, mais de 10 anos diga-se de passagem, que as velas não tinham mais utilidade. Cheguei a tentar usar em algum momento, mas falhei muito miseravelmente ou a vela sequer acendia mais. Então, decidi tirar os enfeitinhos pra reaproveitar e jogar o resto fora.
Porém, acidentes acontecem. Um dos vidros que ficam em volta da vela acabou rachando e estilhaçando na base. A princípio, não me feri; apenas decidi enrolar bem num papel e muito durex. No entanto, não vi que alguns cacos estavam pra fora da papelada e foi nessa que acabei me machucando. Não foram feridas graves, mas foram doloridas que chegavam a pulsar. Doeu pra caramba e ficou uns dois dias assim.

Desapegar dói (às vezes literalmente), mas é meio estranho quando chega o momento de desapegar de coisas que foram especiais, no bom sentido. Veja bem, desapegar de algo ruim é complicado, mas quando passa, a gente se sente mais leve. Mas e quando é algo bom e não faz mais sentido? Como seguir? Porque às vezes as coisas estão ali presentes, mas paradas. As coisas precisam estar em movimento e precisam ir também. Ciclos da vida. Hora de dar espaço a novos objetos, novas conquistas, novo estilo.